FORTE ESTRATÉGIA DE MARKETING DE TAYLOR SWIFT TRAZ IMPORTANTES LIÇÕES DE COMO GERENCIAR UMA MARCA

Otavio Dias
4 min readFeb 12, 2021

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Com o lançamento de dois álbuns no espaço de cinco meses, Folklore e Evermore, Taylor Swit prova mais uma vez que domina a indústria da música.

A conceituada jornalista americana Bárbara Walters disse certa vez em uma entrevista: “Taylor é a indústria da música”. Para se ter uma ideia, a cantora teve 179,4 milhões de reproduções de suas novas músicas entre o final de julho e início de agosto de 2020, superando toda a concorrência, segundo dados da newsletter da Rolling Stone

Já acostumada com o reconhecimento da mídia e dos fãs, a cantora ganhou dois Grammys de Melhor Álbum (Fearless e 1989) e está entre as 100 pessoas mais Influentes do Mundo, Artista da Década, Melhor Música e Vídeo do Ano ou, ainda, Mulher do Ano. São mais de 330 prêmios na carreira

Com a reputação em alta, em um dos seus enfrentamentos com a indústria musical, enviou uma carta para a Apple e escreveu um artigo para o Wall Street Journal em que disse: “Música é arte e arte é importante e rara. Coisas raras e importantes são valiosas. Coisas valiosas devem ser pagas. É minha opinião que música não deve ser gratuita”.

A cantora pedia que sua obra e de outros artistas fossem pagas de forma justa nas plataformas de streaming. Defender o trabalho, inclusive dos músicos independentes, surtiu efeito. A Apple Music anunciou logo depois que pagaria os artistas, mesmo durante o período gratuito de testes que oferecem aos consumidores.

Até ela se pronunciar, os pagamentos por cada reprodução eram bem baixos e até cantores que possuem contratos com gravadores — mas não são tão grandes — não recebiam quase nada. Como consequência, ela beneficiou todos os envolvidos fazendo com que ganhem mais.

Com tamanho poder de influência, não há dúvida de que sua estratégia de marketing e de branding funciona e vem sendo construída cuidadosamente durante anos. Para gerenciar uma marca vale a pena considerar os tópicos a seguir:

1. Fidelização: premiar comportamento

Escrevi recentemente sobre a importância da retomada dos programas de fidelização (https://bit.ly/3huRTcj) e uma das estratégias da cantora foi justamente recompensar os fãs mais engajados em um sistema “gameficado” para a compra de ingressos de shows.

Para aqueles que comprassem mais produtos no site da cantora e interagisse assistindo ou compartilhando os conteúdos, maiores eram as chances de conseguir um ingresso. A premiação não previa apenas gastos, mas também comportamentos ao indicar a proximidade dos fãs fiéis com a marca Taylor Swift nas redes sociais.

O mapeamento deste comportamento de consumo dos fãs pode servir para posteriores ações de relacionamento.

2. Mudanças fazem uma empresa continuar relevante para o público

A cantora não teve medo de mudar, de se reinventar e trazer muitas alterações a cada disco, desde as roupas até o estilo musical, que foi de country para pop e recentemente para indie. Aquela máxima de “em time que está ganhando não se mexe” não vale. O mundo e as pessoas estão mudando em uma velocidade muito maior e as marcas precisam evoluir e se adaptar para acompanhar. Afinal, nenhuma empresa quer ficar para trás ou se tornar irrelevante. Uma marca não pode ter medo de mudanças.

3. Parcerias de cobranding são valiosas

Colaboração é tudo. A associação entre duas marcas pode ser extremamente benéfica para ambas. Taylor sabe disso e fez diversas parcerias em seus álbuns, como Ed Sheeran, Kendrick Lamar, John Mayer e Gary Lightbody (da banda Snow Patrol). E não é só das novas gerações que a popstar se aproxima: ela também já se apresentou junto a Madonna e a Alanis Morrissette, ícones dos anos 80 e 90. Além disso, certa vez se juntou com a empresa de telecomunicação AT&T para gravar e depois mostrar o processo de criação de suas músicas. Recentemente, fez o mesmo com o canal Disney+.

Este tipo de empreitada traz frutos para ambos, porque parcerias certas e que compartilhem os mesmos valores são sempre muito valiosas.

4. Aproximação com o público

Taylor Swift é conhecida pela sua proximidade com o público. Faz em suas residências o que chama de “secret sessions” e convida os fãs para ouvir em primeira mão um álbum que será lançado. Ela explica o processo de cada música — que quase sempre tem a ver com histórias reais da sua vida — as toca e ainda cozinha cookies para eles.

A cantora também costuma interagir pessoalmente com fãs em todas suas redes sociais. Seja no contato um a um ou em grupos, cada passo é planejado para que aja maior conexão dela com a sua audiência.

O que uma marca pode aprender com isso é que um bom método de aproximação é ser mais transparente em relação aos seus processos criativos e suas vulnerabilidades: colocando o cliente no centro de toda e qualquer iniciativa ou decisão.

Acesse aqui para ouvir os álbuns lançados recentemente:

Folklore:

https://open.spotify.com/album/2fenSS68JI1h4Fo296JfGr?si=7signzuGRiG1yvbgUfl27w

Evermore:

https://open.spotify.com/album/2Xoteh7uEpea4TohMxjtaq?si=xkc16aB2RCeW_aULFeDirA

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Otavio Dias

Sou empreendedor do mercado de comunicação. Minha primeira agência foi a Zest, vendida para Grey/WPP. Minha agência atual é a REPENSE (repense.com.br).